depois que ela se foi com as intempéries de agosto
eu fiquei com esta face em desalinho: os pés atados
caminho sobre pedras como se em lanças afagasse
tenho dito as cotovias que nenhum canto nos salva
mas elas insistem e eu fico atônito entre sustenidos
outro dia lagartos deram de açoitar versos e estrofes
queriam o sabor das auroras em germinação estéril
depois que ela se foi com as intempéries de agosto
meus instintos se arvoraram em verbo ensandecido
12 comentários:
"outro dia lagartos deram de açoitar versos e estrofes
queriam o sabor das auroras em germinação estéril"
Escreves como quem faz uma novena para a poesia transformar-se em vida.
Aplaudo você em pé.
A sempre triste partida de alguém...abraços de bom final de semana.
É sempre assim, nunca estamos preparados para as perdas.
Abraço
com três sementes
de van gogh
surtei da janela
pulei na vida.
um beijo.
p.s: mas plantei em maio. eles giram em maio. e ventam até hoje.
versos ensandecidos que apontam na direção do aguardo dos girassóis de agosto e penetram olhos leitores.
abraço.
belíssimo Assis, a poesia mora mesmo nos olhos de dentro. beijo
é um verbo lúcido
um coração vasto
e uma alma atenta,
tudo que vem de ti
e vive em ti
...
forte abraço,
irmão.
Grande, ASSIS!
Que venham os girassóis!
Beijo
Mirze
teu verbo ensadecido clareia meu olhar.
Desalinho de girassol é quadro célebre, é loucura de ver.
Beijo, esse menino.
o calor da ausência..
Beijos Assis querido
Demais esta linha, Assis, este verso
'outro dia lagartos deram de açoitar versos e estrofes'
beijos querido poeta
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