domingo, 30 de maio de 2010

230 - ária mínima para contralto


Canta em mim uma interjeição de séculos
desabrocha nesse jardim inóspito
Onde palavras singram céus
E sem rumor asas tentam vôo

14 comentários:

nina rizzi disse...

há tantas interjeições a querer rebentar de mim, assis. tentar voar. quem sabe se eu desqecesse, de esquecer e descrescer também: minha filha voa, avoa, como ela diz "hoje a paia vai avoa, é hoze". e sai borboletando.

faz um dia tão inóspito lá fora. ou seria dentro?

beijos.

Vanessa Souza disse...

Sem "Medo de Voar" -> um dos meus livros favoritos.

Isabella Nucci disse...

Assis, suas poesias tem tudo para ser dignas de apreciação. Estou encantada!

Marcantonio disse...

Contralto, contrabaixo. Contratura sonora. Alta poesis.

Abraço, Assis.

Unknown disse...

Jovem poeta!

Interjeição de séculos.... num jardim onde a hospedagem é vasta.

Maravilha te ler, Assis!

Beijos

Mirze

Andrea de Godoy Neto disse...

que as asas alcancem o céu onde navegam as palavras...é pra isso que existem

beleza de versos, assis!

um abraço

Anônimo disse...

Exclamam, interrogam, interjeitam!

Beijo!

Jorge Pimenta disse...

"canta em mim uma interjeição de séculos".
o pior que pode acontecer-nos é perder a capacidade de nos surpreendermos, de deixarmos que o mundo nos toque e comova.
um abraço, assis!
bela melodia!

Tania regina Contreiras disse...

Asas silenciosam tentando o voo, mas dentro de uma paisagem sonora: isso faz a beleza, Assis!
Abraços,
Tânia

[ rod ] ® disse...

Quando o nada a dizer tem sentido resta-nos a percepção aguçada dos pequenos detalhes. Abs meu caro!

Lou Vilela disse...

Lembrou-me algo que escrevi em meados de 2009. Permita-me:

Avoa

Não há asas tardias
em tardes de revoada.
Vão-se as aves
- eis a vida! –
restam penas.

(Lou Vilela)

Beijos

nina rizzi disse...

ah, minha voz, que já chamaarm de voz de outono, é contralto, sabia?

quis reler. reli. ainda não avuei, assis. nem gritei o que calei em séculos de história. mas quando tava me olhando no espelho, pensei em dizer que...

Sueli Maia (Mai) disse...

Invariavelmente essa palavra canta!
E esta senhorinha que de tuas mãos se faz poesia é leve pluma que plaina lenta no ar.

bom de ver.
cheiro

Gerana Damulakis disse...

Muita beleza nas asas que tentam voo. Sua poesia: cada vez mais incrível.