nada do que posso negar
cala-me mais fundo
do que esta inútil ventania
sempre ao despertar
quando recolho escombros
e ponho o rosto a secar
são tão súbitos segundos
de tão insistente naufrágio
que entorpecem em maresia
nada do que posso negar
mesmo a inútil ventania
se dissipa com mágoa e água
25 comentários:
a ventania que percorre a luzir tua poesia Assis é fantástica! Beijo
Como se recolher escombros enquanto sopram os ventos, ou secar o rosto enquanto a lágrima ainda faz o seu trajeto não fosse restar em poesia, te digo que há ventanias e há guardadores de vento.
cheiros
Ventania que incomoda a alma...abraços de bom dia.
Menino Assis, eu o leio e o entendo. Simplesmente...
Beijos,
Nem sempre a água lava tudo.
Abração
Que tradução brilhante desse aperto que de vez em quando a gente tem no peito.
bj
Ah, Assis...
E pensar que eu esperava algo da ventania que sobre mim se anuncia...
Beijo, amigo Poeta!
que vento é esse. que tudo leva e nada traz, atrás
Beijo
Laura
Sopra, sopra ventania
e leva da sua maresia
os naufrágios dos escombros
e inspira à água da vida
a cura das mágoas
que a ventania espelha.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 06/10/2010
Sentir o peito apertado parece cotidiano. Mas detalhar assim, traduzir assim, só mesmo vc Assis. Mais um vez em seus versos me encontro, e levo-te.
Deixo um beijo meu'
Sentir o peito apertado parece cotidiano. Mas detalhar assim, traduzir assim, só mesmo vc Assis. Mais um vez em seus versos me encontro, e levo-te.
Deixo um beijo meu'
um sabor de eternidade
sobreposto ao efêmero.
Camarada Assis,
forte abraço.
Grande poema.
Fala serena, palavras duras, mas tranqüilas... poesia de fusões... pareceu-me profundissimamente triste...
Abração!
^^
"são tão súbitos segundos
de tão insistente naufrágio
que entorpecem em maresia..."
O mar também aqui nessa pluralidade, sempre me perturba, ventania esta que adentra e fica!
bjo...
...sempre ao despertar
quando recolho escombros
e ponho o rosto a secar...
Nuitas vezes o recolher escombros é nessário.
Cria-se espaço para que a ventania possa trazer boas novas.
Muito lindo seu poema. Mas deu um aperto no coração... :(
Vá entender...as mulheres.
Um beijo, poeta Assis. Parabéns!!!
Ah, que lindo, poeta! O que me seca à face agora arde, mártires somos.
zédeassis,
magoas passadas não movem moinhos de vento e água.
belo poema, as always!
abração,
r.
há pequenas inutilidades que se tornam indispensáveis no equilíbrio bambo do ser. deixá-la deslizar, sem juízos, até se tornarem grandes e indispensáveis. como comer chocolate, espreitar o mar ou beber um copo de água fresca no jardim. têm uma vantagem relativamente às coisas canonicamente relevantes: são leves... não carregam em si o peso e a espessura do mundo...
um abraço!
Assis, mais uma vez te ler é sentir e re-sentir ..
teho muitas ventanias,e voce as le.Mas suas palavras tem a forma forte e sublime.
um beijo.
Assis!
Nem água, muito menos ventania, dissipa mágoa.
Inútil ventania mareja olhos de poeta!
Beleza de poema!
Beijo
Mirze
E o que podemos dissipar com a negação? Pouco, quase nada. Nem o medo do dia. Nem o esquivo desejo quando o supomos comandar com a mão no leme.
Imagino viver desses naufrágios súbitos que não remetem a nenhuma ilha; e que nem mesmo ocorrem em alto mar, mas no auto-mar.
Fico imaginando aqui qual teria sido deste poema o primeiro verso a lhe vir à cabeça.
Abração!
ai, nada se dissipa...
água não lava vento.
Um abraço
Ando te sentindo tão triste( a contar pelos 3 ultimos poemas).S
e o vento ao menos dissipasse a mágoa , a lágrima e a dor...
Te deixo um punhado de fé e de força...contra as pitadas de ausencia e desespero.
Um beijo
Erikah
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