terça-feira, 26 de outubro de 2010

379 - improviso contra as marés e tempestades

não concebo mais noite entre teus sóis
tu que de claridades intensas me fitas
tu que resolveste adiantar-se aos faróis
ser rota incandescente nessa avalanche

não concebo a noite na lamina, no corte,
na imagem reticente de todos os corpos
na lágrima que purifica de suor os poros
na fria decomposição deste mar de sede

ar febril que assola retinas empertigadas
e dá forma de vazio ao abraço do silencio

20 comentários:

Unknown disse...

Assis!

Um improviso que leva no barco imagens de sóis, lâmina e corte.

É febre da sorte!

Fantástico!

Um beijo, poeta MI

Wanderley Elian Lima disse...

Deixe brilhar o farol que serve de norte para a sua vida.
Abração

Gustavo disse...

Inconcebível é deixar de levitar em versos, mesmo que vez ou outra, como você o faz tão bem.

Abraços!

Ryanny disse...

muito bom, assim como a prosa poética de Mai.

Domingos Barroso disse...

Os olhos que veem a alma
são sóis (brandos ou terríveis)
e não há escapatória.

Forte abraço,
camarada Assis.

Primeira Pessoa disse...

assis,
venho aqui e me deleito não apenas com a sua poesia, mas também com o seu tremendo bom gosto.

ah, sem falar nessa nova foto do seu avatar (no caso baiano, dá até pra substituir por um vatapá, né?)

em excelente forma...rs
quase um galã de radionovelas, este meu amigo mais que querido.

é belo, isto de conceber noites entre os seus sóis.

abração do

roberto.

Sueli Maia (Mai) disse...

E tudo é poesia e miragem. Noites com sol ou farol, é lume de náufragos...Mas talvez os sóis nesse sonho, são olhos a arder sob o lençol.

cheiros de brilhar

Lau Milesi disse...

..."tu que de claridades intensas me fitas"
tu que resolveste adiantar-se aos faróis"... Nossa!! Muito lindo!!!
Há coisas inexplicáveis mesmo.
Um beijo, Assis.

Gostei da foto, com todo respeito.:)

Tania regina Contreiras disse...

Econômica nas palavras, mas de sentimentos que escorrem em abundância: maravilha, Assis!
Beijos

Gerana Damulakis disse...

Que ritmo! Este é para ser lido em voz alta. Eu li e reli.

Daniela Delias disse...

Esse outro retratado entre tantas luzes em meio a avalanche é simplesmente maravilhoso...muito bonito, Assis!
Beijos

Jorge Pimenta disse...

caro assis,
vê só a sintonia à distância: aqui há ventos e tempestades, noites e madrugadas, faróis que choram por não saberem ser rota e destino, e mar, muito mar, daqui e de além terra, de aqui e de além peito. lá também :)
um abraço, poeta amigo!

Anônimo disse...

Assis,



Sua poesias , sempre fortes e belas ...


BjO!

Anônimo disse...

Assis,



Sua poesias , sempre fortes e belas ...


BjO!

Anônimo disse...

Essa rota incandescente na sua avalanche me revirou.

Beijo.

TERE disse...

Profundo improviso, assim como sua escrita ...
Saudações.

Renata de Aragão Lopes disse...

Vim ler-te por apreciar
(e muito)
os comentários que deixa
pela rede...

Acompanharei outros poemas.

Um abraço,
Doce de Lira

dade amorim disse...

Ritmo de fazer frente a marés e tempestades.

Cris de Souza disse...

esse percurso é digno de exclamação!!!

Andrea de Godoy Neto disse...

Assis, desde o título, que contém duias das coisas que mais amo: marés e tempestades, este poema é lindo!

fico ainda com o primeiro verso:
"Não concebo mais noite entre teus sóis"

lindo, lindo
beijo