escrever é exercício inútil
melhor esquecer na voz
que dita soprada enaltece
tu verás o quanto é inútil
o também amor ao verso
tantas coisas passadiças
escrever é exercício inútil
é fundir-se em repetições
e atormentar-se na palavra
tu verás o quanto é inútil
o também amor às silabas
a sina de carpir a retórica
25 comentários:
Só teus títulos já são belíssimos poemas, caro Assis... E quando leio você cada vez acredito que escrever é o máximo!
beijos
É verdade. Essa é a mais bela convicção que um poeta pode externar. Mas, inúteis são também as bromélias e o arco-íris, o teto da Sistina, o Discóbulo, a Nona Sinfonia... A arte é a maior inutilidade jamais inventada. Por isso mesmo indispensável. Como a leitura do seu poema.
Abração!
Talvez sim, talvez não, dependem onde chegam os versos,,,mesmo os perdidos podem ser levados pelo vento...abraços de bom sabado.
Como se inútil fosse o ar que não cabe nas mãos e que move moinhos... Como se inútil fosse também ver o halo dos vapores que em contraste com a luz, transparece a fina película do maior dos prismas - o arco-iris... Como é espinhoso viver e ainda que morramos a cada minuto e a cada verso, cá estamos para um novo dia e um novo verso...
É que o desejo de amor e vida, mantém a vida e o verso, enquanto escrevemos ambos.
beijos
O sentido de inutilidade anda sempre de braço dado connosco. Às vezes damos-lhe ouvidos, outras nem sequer o sentimos...
Abraço
Ah, Assis, quanta verdade contida nos teus versos!
Quanta verdade!
E justo neste sábado, para mim tão sexta-feira, em que penso em Maria , em Marta e em Madalena...rs...
Hoje que estou meio assim...
Lindo demais, meu amigo, grande poeta!
Abraço apertado
Eu me deleito com as coisas inúteis e muito :)
bjs
Que necessidade a nossa de viver inutilidades. Eu, as coleciono!
Bjão e belo fds, de paz
Assis, vou deixar que Alberto da Cunha Melo fale por mim:
CASA VAZIA
Poema nenhum, nunca mais,
será um acontecimento:
escrevemos cada vez mais
para um mundo cada vez menos,
para esse público dos ermos
compostos apenas de nós mesmos,
uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas
seu deserto particular,
ou cães latindo, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.
(Alberto da Cunha Melo)
ASSIS!
Pode até ser, mas continuarei esperando seu "carpir", com bromélias, cantatas e sopros.
Beijos, poeta MIL!
Mirze
Também necessitamos do inútil,
Faz parte ...
Bjo.
Toda arte é inútil, e por isso mesmo indispensável. Àparte isso, o que seria de nós sem ela? "Não sou ninguém/nunca serei ninguém./ Aparte isso,/ tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Beijo
Como é bom encontrar esta inutilidade enaltecedora que nos propõe, Assis. Sempre me acrescentas algo!
Abraços!
Poeta Assis, você pode até ter suas razões, mas essa teoria não se aplica a você. Sua poesia fala, tem "som", ecoa, é linda, colorida...um sopro. Tenho dito.:)
Ah...e mais: é didática. Já fui ao Aurélio algumas vezes. :)
Um beijo e bom domingo.
tudo é inútil, mesmo que achemos o contrário - e tudo escapa por entre os dedos...
besos
e assim em teu "exercício inútil" leio e releio tuas belas bromélias em flor..
Beijo.
...
Amigo Assis,
Saiba da minha alegria e satisfação em saber que tenho mais 583 poemas, maravilhosas letrinhas para ler e aprender.
Meu abraço.
...
É verdade, meu amigo, é verdade...
Bjinho
Pois é, as bromélias e o arco-íris,
Pois é a poesia...
Pois é, a beleza...
Pois é, a arte...
Pois é, a vida, amigo Assis.
Deixo-te um abraço e agradeço o insólito elogio lá no Eu-lírico:
"de torar".
Bem nosso, bem nordestino, né.
Grato, amigo.
Abraço sincero e cordial.
Sempre me vi repleta de pensamentos inúteis, e a colher inutilidades nas flores e poças do caminho.
Beijo, Assis!
é isso aí, camarada, uma feira de retporicas pra gente cagar em cima, com o perdão da palavra...
amigo assis,
nada há de mais poético que a negação da poesia... com poesia :)
um abraço sem retórica!
p.s. a verdadeira poesia é aquela que veste as palavras para poder entrar no coração dos homens; só depois pode morrer.
eu sofro de inutilidade crônica..rs
bjos, poeta!
este pensamento também me assola... ;)
adoro uma insignificância...
poemasso!
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