429 - Canto Peregrino (o réquiem)
Ando com meus passos eternamente vazios
Sem sombras, manchas ou qualquer passado
Tenho os olhos voltados a aquela luz adiante
Queimarei os pés até o instante de alcançá-la
Pode ser a estrela imprecisa mas não importa
Ali deixarei as cinzas do que não existe mais
428 - Canto peregrino (o chamado)
Quando tu quiseres
Ainda há o espaço
Clamando presença
Quem sabe encontre
Indícios de tontos nós
Lassos em um lençol
A dormência da tarde
No vaivém da rede
Este pote e esta sede
427 - Canto peregrino (a odisséia)
Alguém entrou e fez de mim prisioneiro deste laço.
Daqui soletro o alfabeto e não encontro respostas.
A minha caligrafia se constrói em meio ao tempo
e em um teorema.
Pergunto-me sempre, perquiro a palavra nova.
Mas a saudade repete o tema.
Imóvel despedaço a tua imagem
e recordo o espaço em que as coisas aconteciam.
426 - Canto peregrino (a elegia)
Não importa este silêncio
que me traz a madrugada
Fito o horizonte sem remorsos
Guardo-me em esperas
Debruço-me no vazio da aurora
E não faço renascer das cinzas
A minha mágica é esta paz
Que guardas dissoluta sob a face
425 - Canto peregrino ( a epifania)
às vezes o ar rareia
entre o silêncio do mar
e a sinfonia na areia
27 comentários:
Camarada Assis,
teu Canto Peregrino
(em todas as notas)
é uma fabulosa sinfonia
entre palavras e imagens.
Forte abraço.
Um canto peregrino onde o chamado ainda poderá influenciar o requiem.
Muito bom!
Abraço
Uma viagem na amplitude máxima do conceito.
Se tivesse de narrá-la, centraria o tempo da acção no "canto peregrino".
Sublime!
Um beijo
A luz persegue o poeta, não importa se estamos a sua frente ou ao seu lado, os passos mesmo que confusos ou radicais sabem onde a vida vai dar. O poeta não anda com pés no chão, o poeta voa.
Amei as tuas poesias, são lindas!
Passo a segui-te.
unidunitê... fico com você!
en-can-ta-da.
beijo, poetasso.
Bravo!!! Belíssimos... todos!
Assis, momentos e sentimentos que se tornam nossos a cada palavra lida.
Muito, muito bonito.
Beijokas, meu poeta, e um delicioso fds.
Saudações Assis,
de baixo pra cima
de cima pra baixo
Seu Canto peregrino
é um encanto de deslumbramento
"Quando tu quiseres
Ainda há o espaço
Clamando presença"
Um belíssimo Chamado
PARABÉNS!!!!
um abraço
Poesia para todos os sentidos.
Belíssimo conjunto.
Perfeito, completo.
cheiros
A epifania, a elegia, a odisséia, o chamado e o réquiem.....Todos belíssimos ....todos riquíssimos....todos cabem na palavra AMOR!
Bravíssimo!
Beijos, Poeta MIL
Mirze
P.S. E assim os mil e um chegam mais rápido!!!! Esperto!
Belíssimo Canto Assis..
vontade de reler,e reler.. e a cada releitura uma nova leitura.
Beijo.
UAU Assis: "as vezes o ar raeia/ entre o silêncio do mar/ e a sinfonia na areia" - ando a repetir esses lindos versos - e todos os outros tão cheios de poesia.
Beijo!
Impossível dizer qual dos cinco ocuparia o topo. Ponho-os, portanto horizontalmente na minha vitrina.
Ando contigo, Assis, olhando para adiante...Mas nesse instante olho teus versos, todos, sempre, invariavelmente....deliciosos!
Beijos
Um primor, Assis!
Cheiro
Boa conexão dos poemas e versos, ausência, silêncio, rede, perdição! O amor é um emaranhado de fios e nós e quanto mais embolado melhor é!
Um beijo!
Poeta Assis,seus"cantos peregrinos" 45,426, 427, 428, 429 são manifestações divinas!!!!!
Você passeia absurdamente lindo pelas metáforas.
Saravá , Benza Deus! Aleluia, Axé, Xamã, Ra! !!!
Beijo
Assis,
Cada verso mais belo
que o outro ...
BjO!
Cada verso é um canto entoado ao universo...belissimo,,,abraços de boa semana.
Tão sofisticado e tão simples...
rendido ao teu canto, amigo assis.
a ideia de que o mar impõe silêncios e de que a areia resgata sinfonias é-me particularmente cara.
um forte abraço!
Ah, se tudo soasse assim!
Beijo, poeta.
Meu caro Assis, um canto peregrino que une todos os pontos cardeais da melhor poesia. Que tanto eu perderia se deixasse de passar por aqui!
Grande momento.
Abração!
O ar "rareou" por aqui! Pura sinfonia...bjos!
Assis,
Há de existir um lugar para deixarmos as cinzas. Se este lugar não há, criamos.
Bela construção.
Beijos,
Impossível deixar de vir aqui, Assis. Você não existe.
Emocionou-me o Canto Peregrino, que tambem é uma corrente. Forte abraço.
silêncio é um luxo -de poucos e pra poucos- a ser dividido em fala ou gesto, nos cantos da compreensão.
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