Mirna A. tinha a pele cansada
Mas seu rosto de azul não,
Seus olhos verdejavam abril
Mirna A. cantarolava um soul
Arremessava saudades na areia
Seus pés fincavam outras eras
Mirna A. curtia poesia e cinema
Saía de Godard, Buñuel e Resnais
E ia para Piva, Cabral e Bandeira
Mirna A. sofria arrepios matinais
dizia: o inferno é quente no inverno
aliviava-se em chá e sutis oferendas
Mirna A. morreu em uma overdose
Sua garganta não mais engolia
Tanto rancor do nosso dia-a-dia
19 comentários:
Assis,
É msm difícil passar por esses dias, quando a alma é leve.
Bjsss
Se não tomarmos cuidados, todos morrermos de overdose de desamor.
Abração
A desventura é uma hera que não tem onde agarrar...
"...o rosto que se mira nos gastos espelhos da noite não é o mesmo..."
A inapetência de vida é overdose pra morte.
triste e belo
cheiro
Que texto forte!
Gostei muito de conhecer esse espaço.
Uma sexta-feira de paz.
Bjooo
Sufocar pela vida estrangulada em tanto e mais..
fortes palavras poeta querido!
Grande beijo.
Belíssimo, Assis!
Belíssimo!
Poema para pensar...
Grande abraço, querido!
Narrativa poética intensa. Muito bom, meu caro.
Beijo!
ASSIS!
Afeiçoei-me à Mirna A. Quem curte poesia, Godard, Piva, Cabral e Bandeira, precisa achar que o inferno é aqui. Um lugar cheio de rancor e inveja.
Existem muitas "mirnas".
Triste e real.
Beijos, poeta MIL!
Mirze
De arrepiar! Muito bom mesmo, Assis!
Abraços!
Quem diria....em pleno dia se morre!
gostava que a Mirna A. tivesse ainda seis vidas!
Abraço!
Laura
muito forte este teu poema
Lembrei de um amigo, década de 1970, álcool, chifres, melancolia... cirrose. Pode ser tudo en outra ordem, mas o fim foi a morte.
Com ele aprendi violão, (era guitarrista dos bons, o Jarbas, Deus o tenha) e a "só gostar de quem gosta de mim", pra não morrer de amor não correspondido...
Texto arretado! como se diz por aqui. Uma balada digna dos grandes poetas.
Abraço.
mirna a. não era daqui...
bom fds, querido.
Fortissimo esse rancor do dia a dia...abraços de bom sabado.
zédiassis...
mirna a é uma puta crônica, cara. roberto drummond fazia uns trem assim, meio capetosos.
tô aqui, de joelhos, procurando meu queixo que caiu debaixo do sofá.
beijão,
r.
Genial!Concordo com o seu leitor Primeira Pessoa.
Tadinha da Mina A, "deve" estar cansada de ser perturbada por outra "Mina CM", c de "chatérrima" e m de "mocréia" .
"Overdose" de implicância também mata.
Beijo
Ihiii... desculpe poeta, troquei a sua "Mirna A", com a "Mina" da Brasília amarela, a do docinho de côco, a dos Mamonas Assassinas.
Sorry, foi o sono.
Beijo
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