as cores pariam intumescências
nos olhos crispados do entardecer
o menino ventava uma correria
na memória de uma infância antiga
os pássaros já se empoleiravam
esperando a sinfonia que desabava
junto com a noite de seus espíritos
o que jazia no caminho era a ponte
atravessada de reminiscências
a insolência de mãos e desatinos
um fulgor que íntimo se imantava
o cortejo de mulheres em benção
e os sábios desejos que floresciam
salpicando de terra todo o orvalho
15 comentários:
há viagens que permanecem incompletas, por tantos pés se julgar calçar e tão poucos se poder usar. e o mundo torna-se inteiro nas ruas da cabeça em espiral nervosa pelos becos do corpo. até a terra cheira a terra e o orvalho queima.
abraço, poeta!
somos sempre salvos por desejos que florescem; não importa se salpicando-nos de terra ou orvalhando-nos com desatinos.
beijo
Entardece no poema-ponte, atravessado de reminiscências. Nos versos, o frescor do orvalho. A cena é íntima, mas o cenário é pastoril.
Cruzo contigo esta ponte, Poeta e levo comigo esse imantado fulgor...
Abç fraterno.
Bom domingo.
fiquei naquele banco de praça espiando o menino passar,
e foi como ventania mesmo e milhõescavalos de força que despenteou meus cabelos e desnorteou o arco da minha íris pros ontem que ficaram lá trás,
naquela infância que sei, no mesmo banco aguardo ela me acompanhar.
Meu carinho, Assis.
Um bonito domingo
samara Bassi
O que nos fortalece e salva,,,são os desejos da alma,,da poesia...abraços de boa semana.
Quando sua lira canta assim, orvalhada fico eu.
Beijo.
Assis,
chegada a noite e me deixo levar por teus versos..
beijo.
Que lindo, Assis!
cores parindo menino ventando a ponte insolência de mãos cortejo de mulheres sábios desejos a terra e o orvalho
me veio uma canção A ponte de autoria do Lenine e Lula Queiroga
duas estrofes:
"A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
A ponte nem tem que sair do lugar
A ponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento"
beijo e boa semana
Orvalhei!
Abraço, Assis!
veio muito claro em minha cabeça agora:
- "mãe, por que os pássaros escondem suas cabeças e não cantam mais quando a noite chega?"
- "todos nós temos que dormir, minha filha. eles também."
assim ela sanou minha curiosidade e me deu de presente a descoberta por conta própria.
=)
bjsmeus
Assis,
Florescer do desejo, nostalgia, eternidades em forma de versos!
Belíssimo!
Beijos com saudades.
que talento Assis, quantos versos íntimos não descansam sem sinfonia - os teus dançam
bjs
1001 poemas todinhos seus? Que inveja (boa, claro!). E que a inspiração nunca lhe falte!
Lira inspirada e rimbaudiana.
Beijos.
ASSIS!
Esse foi além!
Beijos, poeta Mil!
Mirze
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