quarta-feira, 7 de setembro de 2011

699 - repente desavisado para exaurir canto de sereia

tu me deste esta sina de silencio
de carpir fugas e intempéries
recortaste a face de pretéritos
com esses lábios que invocam
o tumulto de muitos assombros

és-me ilha em meio ao temporal
e não tenho porto para ancorar
um vento ruge de popa a proa
enquanto no horizonte sedoso
acalentas velas em rito de prece


* O Wilson Nanini me plantou este oásis aqui

15 comentários:

Unknown disse...

O canto já exaurido, o rito segue, o vento cessa.

Maravilha!

Beijo

Mirze

AC disse...

As mil e uma facetas do porto de abrigo...

Abraço

marlene edir severino disse...

E a ilha em meio ao temporal
pode ser anelado porto

Abraço!

Everson Russo disse...

Ilha no meio do temporal...um alivio ao coraçao cansado de se perder....abraços de bom feriado.

Joelma B. disse...

Beijinho, poeta Assis!

Quintal de Om disse...

(en)cantei-me.

Abraços, flores e estrelas, Assis.

Jorge Pimenta disse...

"tu me deste esta sina de silencio" - porque há silêncios menos lancinantes do que algumas palavras. talvez não as sereias, mas todos os marinheiros o sabem.
um abraço, poeta!

Celso Mendes disse...

ilhas no temporal onde não se ancoram são como miragem. miragens são como sonhos. sonhos são como poemas.

abraço.

Daniela Delias disse...

Que bonita essa imagem "és-me ilha em meio ao temporal..."! Belo canto de sereia...
Bj!

Luiza Maciel Nogueira disse...

Sempre vivo em versos! Divino, beijos.

Bípede Falante disse...

Ser ilha em meio a um temporal é ser única. Que coisa mais bonitaaaaa!!!! :)
beijoss

Ingrid disse...

caminhos de vento de amar..
amei Assis.
beijos perfumados..

Eder disse...

Sabe, estou em processo de um personagem dificílimo: um barco. Levar à cena o que você descreveu tão bem, é o maior desafio que já enfrentei como ator.

dani carrara disse...

que sina boa pra carregar
qdo a gente lê
parece que ouve
o vento cantar
quanto maior o horizonte menor o sentido do olho.
e sedoso ainda, meu deus..

Andrea de Godoy Neto disse...

o silêncio é por vezes tão repleto de coisas, que nele passa uma vida inteira.

carpir fugas é uma imagem espetacular!

beijo