quinta-feira, 1 de setembro de 2011

693 - sonata de ausência para fado, algibeira e tabacaria

trago somente na algibeira um fardo
o extravio de tantos mapas e bússolas
essa sede de tantos desertos
a foto amarela em que sorrias em alvíssaras
o fado de noite e silêncio por todos caminhos
pois perdoa este amor de passante
que apenas recolhe fragrâncias e olhares
nunca tive ímpeto para a salvação
nunca soube recolher os sargaços do mar
trago somente o travo de um verso,
desfolhado na tabacaria de defronte

15 comentários:

Zélia Guardiano disse...

Ah, Assis, a tabacaria de defronte...
A menininha suja, a comer chocolate...
Sua criatividade, meu amigo, grande poeta...
Bjs

Tania regina Contreiras disse...

Ah, esse amor recolhendo frgâncias e olhares: é teu! O poema...lindo.
Beijos, poeta que amo...

Unknown disse...

Lindo!

Mas esse amor é mesmo de "passante". Quase 700.

Beijo, poeta!

Mirze

Everson Russo disse...

Que esse amor seja suporte pra todos os caminhos...pra todas as jornadas...abraços de bom dia.

Lídia Borges disse...

Um amor de "passante" conformado e ainda assim inquieto.

L.B.

Batom e poesias disse...

Toda vez que eu leio um poema seu, fico meio enfeitiçada.
Esse é demais.

bj
Rossana

dade amorim disse...

Uma ressonância de Pessoa, uma noite de fado e silêncio. Um lindo poema, o que não é novidade nenhuma por aqui.
Beijo, Assis.

Wanderley Elian Lima disse...

Uma algibeira carregada de lembranças e saudades.
Abraço

Luiza Maciel Nogueira disse...

Bélissimo Assis. Bélissimo! Esse meroubou as palavras. Beijos

Joelma B. disse...

Venho aqui, te leio... e tua fragrância vai comigo...

Beijinho com essência de flor noturna, poeta Assis!

Vais disse...

Ei, Assis,
belas sonatas de ausência onde há a presença de barcos, fado, algibeira, ruídos, sementes, fragrâncias e olhares, o travo de um verso, árido terreno propenso aos florescimentos
tocantes que emocionam
beijo pra ti

Jorge Pimenta disse...

por momentos revisitei lisboa, pessoa e toda uma envolvência de inquietação negra que caracteriza a poesia crepuscular e humanizada do pós
-realismo.
abraço!

Ingrid disse...

tuas ausências me tocam de forma intensa querido Assis..
ler e reler..
beijo de carinho..

Nilson disse...

Mítica tabacaria!!

Cris de Souza disse...

trazes verso de puro deleite, e como trazes...