domingo, 18 de setembro de 2011

710 - Antipoema para sertão, juritis e mandacarus

É de sertão este mar morto que me atinge
No árido movimento dos lagartos
Que deslizam ensimesmados na caatinga
Aqui e ali florescem cactos, mandacarus
Pregam-nos espinhos nas retinas

Acometem-se oásis nos passos das veredas
Pois é do destino ansioso a sombra da rede
Nas asas do pássaro ruflam-se poeira e canto
A lamina de água corta o peixe na raiz
Os meus olhos ensandecem de calor e calmaria

8 comentários:

Unknown disse...

"Nas asas do pássaro ruflam-se poeira e canto"

LINDO!

Beijo

Mirze

Anônimo disse...

Pois é do destino ansioso a sombra da rede.

Everson Russo disse...

Muitas vezes árido anda o terreno do coração...abraços de boa semana pra ti amigo.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Meu amigo aqui estou bebendo as
suas palavras sempre com um
enorme prazer.Felizes dos que
conseguem colocar em palavras
vários sentimentos.
Um beijinho e desejo que esteja
bem.Irene

Lau Milesi disse...

Lindíssimo !!!Lembrei de outro GRANDE poeta: Manoel de Barros. Ele diz: "As flores dessas árvores ( no caso os cactos), depois nascerão mais perfumadas".
Sensibilidade à flor da pele.

Um abraço, poeta.

Ira Buscacio disse...

Assis querido, sempre um argumento visceral.
Esse universo me divide em encantos e dores.
Bj e boa semana

dade amorim disse...

Beleza agreste essa de calor e calmaria.
Beijo beijo.

Ingrid disse...

a beleza do árido nas tuas palavras..
beijos sempre..