sábado, 7 de agosto de 2010

299 - das águas e abismos (uma ode)

tantas sedes me recortam
e só me fazem arrepio
e não ranhuras: pele ou casco

sou o desvio (a)diante do mar
última curva e próximo abismo

braço que aninha o sal das pedras
boca seca, sargaço, maré vazante
pena branda para um verso final

16 comentários:

Cris de Souza disse...

Tu és uma fonte abundante de poesia...
Brindo, bebo, beijo!

líria porto disse...

usas palavras bonitas, sonoras - destaque para sargaço!
besos

Lua Nova disse...

"...última curva e próximo abismo..."

O próximo passo é sempre um desafio, o desconhecido, quem sabe, o bem, quem sabe, o mal... mas temos que seguir e aplacar nossas sedes...

Um domingo cheio de alegria.
Beijos.

Jorge Pimenta disse...

entre a sede e a mina, o mais fino recorte poético.
um abraço, assis!

Unknown disse...

Lindo, Assis!

Neste "desvio" que a pena seja eterna e branda, sempre!

Beijos

Mirze

Tania regina Contreiras disse...

Desvio e próximo abismo: o poeta é o que lhe dita a pena branda. Salve, salve, Assis!
Abração

Luiza Maciel Nogueira disse...

a cada dia uma aventura poética na tua poesia.

Beijo

nina rizzi disse...

ó, agora tá parecendo foto de lápide, assis! rsrs...

pensar no final, de que quer ser, é tão dorido, mas... dá uma tranquilidade também...

beijo.

Daniela Delias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniela Delias disse...

Um brinde às sedes que te recortam e nos presenteiam com versos tão lindos. Bjos, de coração.

Zélia Guardiano disse...

"Pena branda para um verso final"
Isso pra mim é demais, Assis...
O próprio verso é brando...
Belíssimo!!!
Abraço apertado

Ribeiro Pedreira disse...

aqui a poesia faz curvas inesperadas e levam a um horizonte de mar.

Gerana Damulakis disse...

É dos que assinalo. Há uma rima interna que foi um dos brilhantes momentos do poema. Excelente!

Primeira Pessoa disse...

lírico, sonoro, imagens bonitas, assis...
e sargaço (que até hoje não sei se é de comer ou passar no cabelo... escutei da boca de jorge amado e nunca quis procurar no dicionário pra não quebrar o encanto... e nao me conte, por favor...)...

pois bem... e sargaço...
putz, palavra linda.
avelã. oboé. abraço.

r.

Anônimo disse...

Lembrou-me dos versos margeados que li no blog da Zélia Guardiano há pouco.

Lindo, poeta!

Sueli Maia (Mai) disse...

Lembrei do valor das águas na hora da sede. Ser água no ser.tão e pensei naqueles que morrem de sede em frente ao mar.


Você versa a solidão e me faz babar com vontade de engolir poesia...


cheiros mil