Abranda-me de minhas penas
Sê-de nuvem para esse silêncio
Entrega-me o gentil da tua voz
Fecunda-me de lágrimas o peito
Torna-me ribeirinho da tua foz
E quando dos meus desejos, tu
Não quiseres saciar ou dirimir
Cobre-me de funda melancolia
Deixa-me fenecer em reticência
Invoca a tempestade do sem fim
19 comentários:
Muito forte e intenso essa tempestade do sem fim,,,bem perto do amor, ou da falta dele...abraços de bom sabado.
Seus títulos sempre impressionam-me. Um dos que mais gostei, confesso.
Tornar-me ribeirinho da tua foz: lindo! Vai ficando difícil escolher entre os mais belos, os mais arrebatadores poemas teus. O de ontem foi tudo de bom e de belo...mas me vens hoje com este - quero todos os 313 e vou seguindo até o mil e um um...:-)
Beijos,
Quem sustenta os olhos da melancolia sabe a dor e delícia de se viver com ela.
senti as adagas cravarem-se no meu dorso, assis, oh, se senti... é a sina da tempestade sem fim...
um abraço, poeta!
Deixa-me fenecer em reticência
Tenho uma certa ambivalência em relação às reticências.
Tornar-se ribeirinho em uma foz...
Essa é a mais amorosa entrega que já li em um só verso.
Só a poesia é capaz de conter uma imagem tão rara.
Parabéns!
Abraço.
Essa oscilação entre desejo e melancolia pode ser uma entrega a momentos únicos de exclusiva introspecção que acalentam a alma!
Um beijo!
Lindo e necessário como a água que se bebe em imensa sede, como um abraço que acolhe e contém.
Toda mulher anseia tal poema.
Sem par!
cheiros
Tem um tom de oração, de prece, encantador.
A melancolia pode (também) ser doce, ou não...gostei muito do poema, cheio de imagens que são uma Bleza.
esta é a minha preferida : "Deixa-me fenecer em reticência "
beijo, Assis.
Assis!
Um poema para colocar num pedestal, ou num altar, ou num papiro.
Tamanha beleza que parte de um apelo:
"Sê-de nuvem.... torna-me ribeirinho da tua foz"
De matar! Forte e belo. Belíssimo!
Beijos
Mirze
sem palavras... suspiro. :) beijo, assis!
Um verso mais lindo do que o outro, se é que isso parece possível...bjos, mtos.
Doído (e doido, porque não?)
E esse título, hãn? Já é um poema...
Abraço, poeta!
:) divino teu canto poético Assis
as tempestades sem fins são necessárias para a vida se movimentar cada vez mais
bjs
Parece-me um mantra...
Elevadíssimo!
"Abranda-me de minhas penas
Sê-de nuvem para esse silêncio
Entrega-me o gentil da tua voz
Fecunda-me de lágrimas o peito
Torna-me ribeirinho da tua foz..."
Isso é poesia de gente grande!
Um beijo, um abraço, um segurar de mãos...
Assis, estava com saudades dos teus versos...e começo justo por estes,que são puro enlevo!
e esta tempestade do sem fim aguça meus sentidos...talvez porque eu goste tanto de tempestades
beijo
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