talvez seja sábado ou domingo
e do resto do dia reste apenas burburinho
talvez estejas alinhavando as pálpebras
para quando eu chegar desavisado
talvez no outdoor contenha a resposta
depois de tanta ausência e tormenta
e se eu não trouxer nada nas mãos
não afugentes os pássaros que se acercam
são eles o cicio das tortas incoerências
o visgo da voz que trago no pranto
são eles as veredas que se encontram
a revoada do impossível cataclismo
feito tu e eu emplumados
contra o movediço branco da página
*
A amiga Leonor me presenteou com a publicação de um poema, confiram em
http://leonorcordeiro.blogspot.com/
19 comentários:
Que esse branco da pagina ainda caibam muitos e muitos versos...abraços e bom dia .
eu posso ouvir, e beber, cada uma dessas letras, assis, enquanto espero uma chegada quase impossível ouvindo os pássaros presos, os que voam e as folhas e o mar, bem aqui. que coisa mais linda, menino.
e agora faz mais sentido o último verso do 316.
um beijo.
o branco da página em que tudo pode ser possível e tudo vale um beijo no papel do sonho.
soneto maravilhoso, comovente, emociona :)
beijo
Infinitas idéias, frases, verso e prosa para o branco das páginas de Assis. Continue nos saudando diariamente com seu dom de escrever bem. Tenha um ótimo dia.
Em cada página em branco uma história. Pouco importa quando ou como, o que vale é a chegada.
Bjo!
num pântano de dúvidas ("talvez") a derradeira certeza está na convicção com que se renova os afectos, mesmo que num cicio tímido trazido nas asas frágeis de aves esquivas.
impossível resistir, assis!
um forte abraço!
Uma chegada que não passa despercebida.
Beijo.
"Contra o movediço branco da página"..
Que verso mais lindo!
Demais, como tudo mais...
Abraço
Um soneto escrito com o coração.
Bjos achocoaltados
Soneto torto? Não, um soneto ao amor com pássaros dentro.
Gostei muito.
L.B.
"Talvez estejas alinhavando as pálpebras...". Fiquei do lado de cá repetindo esse verso...me pegou desavisada...ah, lindo, lindo...
Belíssimo, Assis!
Amo o "torto" e este soneto contém imagens significantes!
Os Pássaros:
Ciclo das tortas incoerências.
Visgo da voz que trago no pranto.
Algo assim, quase divino!
Bravíssimo!
Beijos
Mirze
Nada de torto, muito bem realizado.
Ficou tão "janela" (que seja janela torta, entre-aberta...) - Dá pra ver tudo daqui.
Quando li 'soneto' realmente achei iria ver rimas de Assis (sou tarado por rimas) mas não foi, de maneira alguma, decepcionante, vale a pena cada verso rs
Abraço, Assis!
Ficou tão "janela" (que seja janela torta, entre-aberta...) - Dá pra ver tudo daqui.
Quando li 'soneto' realmente achei iria ver rimas de Assis (sou tarado por rimas) mas não foi, de maneira alguma, decepcionante, vale a pena cada verso rs
Abraço, Assis!
... se eu não trouxer nada nas mãos
não afugentes os pássaros que se acercam...
Já trazes nas mãos o poema, Assis. Belo, belo, belo, belo...
Beijos
"talvez estejas alinhavando as pálpebras"... belíssimo verso, como todo o soneto! Sonetíssimo!!
Um abraço! ^^
Há poemas teus que prefiro sentir e sentir e mastigar cada palavra, torta ou reta, desde que seja tua.
cheiros
Ler essas coisas que vc escreve é foda!
=)))
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