nos últimos tempos a vida morre mais depressa,
a sombra da melancolia não cessa
e paira em cada gesto uma despedida anunciada
o sol excomunga seus reflexos no vazio
quando o atalho dos dias faz intempérie na alma
a intermitente febre anuncia a estrada de espinhos
deixo que as carícias do vento soprem as faíscas
e espero a bifurcação do horizonte no coração partido
12 comentários:
O tempo que temos é implacavel,,,ele nos foge como vento,,,abraços amigo e uma bela terça.
Belíssimo, Assis!
A vida pode morrer, mas seus poemas serão eternos.
Um forte abraço!
Mirze
Mas seja como for (contrário à tudo), a vida segue, e depois do após restarão olhos sobre a lápide e as flores. Mas ironicamente, prematura ou anciã, aos precavidos e aos amantes, - "a morte é a prova de que se viveu".
Você me fez pensar no espólio imaterial dos amantes.
um abraço e um sorriso
Tristeza também anuncia a beleza, Assis...Gestos que anunciam despedidas, parece que sim, também o sente a minha alma. Gosto muito de ler seus poemas. Iluminam compartimentos escuros, dá nomes a sentimentos esboçados..
abraços,
Tânia
Lindo de doer o peito, querido Assis!
E tens toda razão: nos últimos tempos a vida morre mais depressa: estamos sempre nos despedindo, lançando um último olhar, dando´o derradeiro aceno... Ai...
Abraço, poeta-mor...
um belo poema esse. gostei.
Lindíssimo...
Beijinho com carinho
***
Às vezes o vento também faz das faíscas fogo.
Beijo, poeta.
a tristeza também pode ser contemplada
bjs!
li o texto assim que o postaste e fiquei agarrado, em silêncio, ao eco que ressoava nos meus ouvidos. não consegui comentá-lo, então, como não consigo agora. para quê banalizar uma obra-prima, caro assis? prefiro polilê-lo em silêncio.
um abraço!
p.s. a ideia do horizonte que se bifurca para poder suportar o coração bicéfalo (porque partido) é genial!
Quanta verdade em poesia.
Belíssimo ! Faço coro com seu leitor Jorge Pimenta. Quando um poema nos toca a alma, só o silêncio e os suspiros (que acabei de dar). Parabéns!!!
Um abraço, poeta.
E.T. Obrigada por seu generoso comentário.Imagine, me senti a "poetisa" (às favas com o feminismo linguístico).[rs] Sugiro na minha réplica que você acrescente mais 1001 poemas à sua proposta. Seus leitores agradecerão, tenho certeza.
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