sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

417 - Improviso para duas luas e um mistério

Outro dia escorreu-me um vento ávido de vida
Carregado de plena significação e clarividência
Um vento lúcido que parecia romper a tempora
E eu fiquei de sobressalto com tamanha angústia
Não maior que a angústia que carrego já outrora
Mas como horizonte ganhando contorno diferente
E minhas tolas reminiscencias de fuga e calvário
Se crucificassem nuas nesta seara de alheamento

20 comentários:

Cris de Souza disse...

você me inspira!

beijo, poeta de mil e um olhares.

Everson Russo disse...

Que esse vento leve e traga de longe a paz...abraços de bom final de semana.

AC disse...

Os mistérios da vida são sempre motivação.

Abraço

Marcantonio disse...

Duas angústias talvez co-lineares nesse mesmo/outro horizonte. O poema tem esse tom tão belo de anotação "objetiva" num diário metafísico.

Há algo mais angustiante do que a lucidez clarividente? Quando tudo se torna insuportavelmente claro, Édipo arranca os próprios olhos.

Abração, Assis!

Janaina Cruz disse...

Os mistérios das luas comparam-se aos da vida, e nós havidos para desvenda-los.
Teu versejar é perfeito!

Unknown disse...

Maravilha!

Clarividência, dói e assusta, mas passa.

Paz e beijos, poeta MIL!

Mirze

Wanderley Elian Lima disse...

Tem dia que agente tem ânsia de viver plenamente.
Abração

Lua Nova disse...

O mistério de viver... de saber-se vivo... de saber-se finito...
A ignorância é um conforto e a única que garante a paz, sem fugas e calvários. O alheamento não elimina a ansiedade... apenas a ignora.
Assis, esse me encantou a alma. Falou com meu coração.
Lindo. Vai pro "Em poucas palavras alheias...", próximo post.
Beijokas e um fds delicioso pra vc.

Lau Milesi disse...

Poeta Assis, seu "Improviso para duas luas e um mistério" é um "alumbramento". Uma linda "mandala" da vida.Com licença...peguei pra mim.:)

Um beijo e bom fim de semana.

Andrea de Godoy Neto disse...

talvez nada seja tão límpido quanto a lucidez que encontramos no alheamento

beijo

Luiza Maciel Nogueira disse...

já a angústia essa permanece...poética ser estar sentir. beijos

Em@ disse...

Assis,
a lucidez clarividente angustia,contudo, resta-nos, sempre, VIVER.
beijo

Úrsula Avner disse...

Olá poeta, sua escrita é especial, peculiar... Grande abraço.

Jorge Pimenta disse...

há mistério e muito mais que duas luas neste improviso de éolo.
um abraço, amigo assis!

Lê Fernands disse...

e há um instante em que parece levar embora tudo que nos cerca de certezas.

um ótimo fds.
bjs meus, querido.

Ingrid disse...

Novas fases da tuas luas querido Assis!
beijo.

dade amorim disse...

Lucidez e calvário têm muito a ver um com o outro. As duas luas dão o tom.
Beijo.

Anônimo disse...

Contornado horizonte... o que um vento melodioso não faz?

Beijo!

Tania regina Contreiras disse...

Ah, que beleza, Assis! Amei o improviso...O título é qualquer coisa de estupenda...

Beijos,

Sueli Maia (Mai) disse...

A fuga e o calvário
- inevitavelmente -

beijos