sexta-feira, 16 de setembro de 2011

708 - antipoema para uma lâmina na jugular

quando a solidão dos meus olhos invadir a cidade
estarão atentos os semáforos, sinais e out-doors
a magricela se oferecerá para repasto rápido
nos jornais estarão os incêndios das insanidades
mortes, acidentes, roubos, falcatruas, corrupção

o sol será só mais um incidente sobre minha pele
como este pretérito que despejo em tragadas
até as borboletas se refugiarão em seus casulos
eletrificadas as nuvens explodirão em espanto
nada ficará imune ao contato das têmporas

quando a solidão dos meus olhos invadir a cidade
haverá uma platéia atenta para o coito das libélulas
os girassóis hão de se rasgar no horizonte sépia
anunciarão o desassossego de rio afogando no mar
os astros desavisados estarão no orbe em frio silencio

16 comentários:

ANGELICA LINS disse...

Este é o poema de número 1001 para mim... [risos

Inefável!

Amanheço entorpecida pela tua poesia.
Beijo perfumado de flor Angélica.

Jorge Pimenta disse...

deixa, pois, que a solidão dos teus olhos chegue, breve, à tão ansiada cidade. palavras em chama; imagino a temperatura do coração.
grande, grande poema, assis!
abraço!

Zélia Guardiano disse...

A vida, Assis, é, realmente, uma lâmina fininha, encostada na jugular: não dá nem pra respirar...
Ai...
Lindíssimos versos!
Abraço da
Zélia

Lau Milesi disse...

Nossa, que lindo!!!!!
Que esse pretérito logo,logo se faça presente nesse orbe.
Beijo, poeta Assis.

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Assis,
Tua jugular, jugullar...
Teu antipoema, pasto de poezia...

Unknown disse...

MARAVILHA!

Antipo ema apocalíptico.

Beijo

Mirze

Everson Russo disse...

A solidão é navalha que rompe a carne,,,abraços de bom final de semana.

Joelma B. disse...

Que poema!

Beijinho, poeta Assis!

Rejane Martins disse...

funda parede frágil ...e tudo por um triz, cirúrgico, teu poema brilha.

Sandra Gonçalves disse...

Nossa...Sem palavras! Bjos achocolatados

Vais disse...

antipoema de imagens impressionantes
uma lâmina na jugular que por descuido ou intencional um esguicho e escorre
e os girassóis hão de se rasgar no horizonte sépia
e as nuvens em raios explodirão em espanto

espantei

beijo

BlueShell disse...

Que a solidão dos teus olhos invada a cidade...talvez assim se consiga um pouco de silêncio no planeta!
te abraço

dani carrara disse...

e penasr que tudo isso
acontece em silêncio
o tempo todo

e que ouvidos absolutos
de vez enquando
nos revelam na surdez

bjo

dade amorim disse...

Tanto pode acontecer enquanto nada percebemos, antes dessa solidão transformadora que há de invadir a cidade.
Beijo.

Ingrid disse...

forte Assis..
imagens perfeitas.
beijo.

Úrsula Avner disse...

Olá amigo poeta,

belos versos numa composição rica em imagens poéticas... Bj.